Dons exteriores e interiores do Espírito Santo
Nos apóstolos, o Espírito Santo produz dois efeitos: alguns deles são interiores:
- Ilumina as suas mentes
- Purifica os seus corações
- Infunde neles a força
- Dá-lhes coragem
- Enche-os de generosidade.
Estes efitos são indicados pelo fogo que ilumina, purifica, inflama os apóstolos com as virtudes do Espírito Santo, torna-os sábios e iluminados, purifica-os das suas imperfeições, torna-os ardentes do amor de Deus e torna-os intrépidos e corajosos.
Efeitos exteriores são:
- O dom da profecia
- O dom das línguas sem necessidade de estudá-las
- O dom da cura dos enfermos
- O dom de expulsar os demônios
- O dom de realizar milagres
- O dom da inteligência da Palavra de Deus
- O dom da ciência para convencer e persuadir.
Estes dons não são para sempre: quando cumpriu a sua tarefa, cessam. A Igreja nascente se beneficiou e o Senhor não deixa de despertar alguns quando quer conformr a sua Igreja. Mas tais graças estão ligadas a uma pessoa, não se encontram todas juntas e cessam quando a pessoa morre.
Os dons relativos aos efeitos íntimos e existenciais da alma, duram sempre e descem invisivelmente sobre os fiéis principalmente através dos sacramentos em que o Espírito Santo comunica às suas graças à alma. Assim o Espírito da verdade instrui, dá a graça que santifica, dá o Espírito do amor que une a Deus.
O Espírito Santo dispensa dons que servem para formar e aperfeiçoar a vida cristã. O profeta Isaías diz de ter visto estes dons descerem sobre o Cristo de tal fomra que ele foi colmado por eles. É necessário que também nós tenhamos conhecimento destes dons.
Temor de Deus
É o primeiro degrau sobre o qual sobe a sabedoria a qual é o último degrau da perfeição: “Início da sabedoria é o temor do Senhor” (Sl 110,10). Este dom nos sacode e humilha de modo salutar, colocando-nos diante dos olhos o juízo de Deus, a incerteza da hora da nossa morte, os castigos que nos podem esperar, a reverência em relação a Deus. Tal temor muito benefecia os justos e os pecadores para levá-los a deixar o pecado e a mudar de vida. Aos justos, por outro lado, serve para estarem costantemente abraçados ao bem, para não gloriar-se de si mesmos, mas viver a humildade.
Todavia não todo temor é dom do Espírito Santo. Tantas vezes se confunde com sugestões de origem diabólica. Para distingui-lo basta pensar se esse temor faz nascer em nós o desejo da conversão: este é um dom a ser cultivado. Se vos inspira difidência nas coisas espirituais, então não vem de Deus e deve ser rejeitado.
Piedade
Este dom nos une a Deus e nos faz sentir Pai amabilíssimo. Inspira-nos a viver os mandamentos de Deus não por temor, mas com vontade de bem, com sentimento de amor. Este dom nos ensina a misericórdia em relação ao próximo e nos faz experimentar alegria no viver a vida espiritual. Isso se chama “Piedade” porque se refere principalmente a Deus como primeiro destinatário do nosso amor, e depois o próximo qual imagem de Deus.
Ciência
É o dom que nos ajuda a vencer o engano e a ignorância que são a causa primeira das nossas caídas e dos nossos pecados. O Espírito Santo, mediante o dom da ciência nos ilumina para conhecer quanto devemos fazer e quanto devemos evitar para agradar a Deus, despertando, quando temos necessidade de conhecimento e clareza para não permanecer no engano. É necessário confessar que muitas vezes sabem mais, no que se refere a relação com Deus, as pessoas simples e pouco instruídas que não são como os sábios e inteligentes deste mundo. Este é o fruto da ciência que nos infunde o Espírito Santo.
Fortaleza
As nossas caídas não dependem somente da ignorância, mas tamém da fragilidade, da timidez, da fragilidade. Mil dificuldades através da nossa vida e nos provam duramente, sobretudo no caminho espiritual, tanto que alguns, desconsolados, abandonam a impresa. A Fortaleza é o dom que nos faz o Espírito Santo para sustentar-nos. É pela fortaleza que a nossa vontade é fortalecida, tem a capacidade para superar obstáculos e dificuldades, capazes de sacrifício. Os apóstolos experimentaram a fortaleza também com o dom da vida, como fizeram os mártires.
Conselho
O demônio recorre muitas vezes a enganos e quando vê uma alma decidida ao bem, a preenche de escrúpulos e coloca no coração agitações infundadas. Para isso o Espírito Santo nos faz dom do Conselho que é espírito de discernimento através do qual podemos distinguir, sem dúvida, o verdadeiro do falso bem e, entre os muitos e enganadores caminhos que nos são propostas, sabemos escolher aquela boa e segura.
Inteligência
Este dom eleva as nossas mentes e nos ajuda a mergulhar nas verdades que se referem a salvação. Nos cristãos se distinguem modos diferentes de crer. Existe quam crê de maneira frágil e quem tem um vivo conceito dos mistérios e das verdades da sua fé. Ambos se dizem crentes, mas um se coloca em grande dificuldade referente à fé, o outro se move nela bem e com facilidade. Um não teme e cai no pecado mortal, o outro, primeiro de cair no pecado, se deixaria fazer em pedaços. Este depende da vontade e do ponto de força que a move. O Espírito Santo, com o dom da inteligência nos faz o dom precioso de proceder sempre para o bem, aliás, parao melhor.
Sabedoria
O dom da sabedoria, na Palavra de Deus, se opõe à tolice que consiste em julgar as coisas di forma diferente do que são e me amar coisas inúteis e terrenas. A sabedoria nos ensina que tudo merece uma estima diferente. As coisas transitórias devem ser vistas pelo que são, aquelas eternas devem ser apreciadas por aquilo que são. Este Dom nos ajuda a não apegar-nos aos bens aqui na terra e nos ajude a afeiçoar-nos aos bens celestes. È chamada sabedoria, isto è, “ciência saborosa” porque consiste num certo sabor e num certo gosto suave pelas coisas de Deus, para as quais a alma repousa nele e para ele tudo conduz porque e lei é o seu único fim. Bem-aventurados aqueles que são investidos por este Espírito. O desprendimento total das coisas terrenas o admiramos nos santos, mas nós mesmos somos seguidores de Cristo e devemos estimar muito a sabedoria infundida em nós pelo Espírito. Em geral, a sabedoria nos faz apreciar a virtude, o consolo, a paz, a suavidade dos dons do céu e nos confirma numa obra sagrada, um alimento vital para as nossas almas.
Para receber o Espírito Santo são necessários os sacramentos que tem a finalidade de santificar-nos: “A caridade de Deus é derrama nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos é doado” (Rm 5,5). É necessário frequentar os sacramentos com as devidas disposições com o desejo absoluto de não profanar por receber graças copiosas. Esses nos ajudam a fugir do mal e praticar o bem fazendo-nos conquistar:
- a pureza da consciência
- a humildade do coração
- a confidência em Deus
- o desprezo pelas coisas que não são eternas.
É nos sacramentos que encontramos as graças para converter-nos, para conservar-os na oração, na meditação, na leitura espiritual, na Palavra de Deus. Esses são meios que devemos colocar em prática para receber e cultivar em nós o Espírito Santo, dom do Deus altíssimo, sem o qual, nos ensina a Igreja, tudo é miserável, imperfeito, sujeiro ao pecado. Supliquemos continuamente ao Pai e ao Filho para que o desejem doá-lo a nós, sem méritos nossos. Supliquemos ao próprio Espírito para que acenda em nós o fogo celeste, capaz de produzir tantos santos e então tamém arderemos do seu fogo e teremos luz de zelo, de coragem, de constância, de fervor.
Tudo se torna fácil para quem ama Deus realmente. Invoquemos Deus todos os dias sobre nós e confiamos a Ele o nosso coração para que seja Ele a possui-lo e a ritmar o nosso viver e o nosso agir.
Escritos do Bem-Aventurado Pe. Zefirino Agostini.